segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Tira o céu da nuvem, vejo algodão

Não importa a dificuldade pra ir, a pior chuva pra voltar, não importa que eu quase não consegui volchegar em casa à noite. Não importa a dorzinha nas pernas, nem a bolha no pé. E não importaria se eu estivesse com a maior gripe possível.
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Existem coisas que valem a pena e, sim, esse show valeu muito a pena. Dia 23 de janeiro de 2011, show do Móveis Coloniais de Acaju, no Auditório do Ibirapuera.
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A presença de palco, o espírito da banda, as músicas, as gracinhas, a energia, tudo, tudo, tudo foi genial. E a companhia também.
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Depois de quatro anos sendo companheiras de colégio, esse show foi o melhor jeito pra abrir 2011 e provar que a nossa amizade vai continuar (comemorações?).
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Não tem muito o que falar. A noite foi incrível, o show foi estupendo e... É.
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Minha intuição não me engana,
você faz ser tão Copacabana! ♥
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L. Puglia sabe que essa postagem não faz bem o estilo do blog, mas tanto faz. Eu nunca fiz sentido e é óbvio que isso aqui também não fará. Além disso, a noite pede pra ser registrada.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Alma e Lua ou Uma diferença

A lua estava cheia, bonita. Perfeita para aquelas duas almas tão diferentes e tão estranhamente entrelaçadas. Eram, afinal de contas, almas de escritores (ou aspirantes a) e as almas de escritores sempre amam a lua só por ser... a Lua. (Na verdade, se escritores não fossem escritores seriam astrônomos, e nem saberiam o porquê.)

Ele estava deitado no sofá, a cabeça apoiada nas pernas dela, olhando o céu de ponta cabeça, enquanto fumava um cigarro. Só se endireitava pra dar um gole na bebida forte apoiada no chão da sala. Em algum lugar da sua mente a fumaça que turvava sua visão e encobria a Lua fazia muito mais sentido que todo o resto.

Ela olhava a Lua diretamente, encarava, desafiava. Mas o desafio não era tão sério. A fumaça do cigarro e o perfume, ambos dele, a embriagavam lentamente. Era o cheiro da noite perfeita, embora não fosse algo necessariamente feliz.

Não trocaram quase nenhuma palavra até então, embora já estivessem daquele modo há horas. De repente, olharam-se. Algo forte e inexplicável. Os olhares se prenderam de tal forma que pareceu que eles morreriam ali, sem nunca piscar.

'Vai dar tudo certo', ela murmurou ou simplesmente disse com os olhos.

'Que importa?', ele deu de ombros ou sorriu de lado com os olhos.

Era a diferença entre eles. Ela ainda gostava de acreditar, ter fé. Gostava de pensar em coisas boas e no final feliz. Ela queria que ele sentisse o mesmo. Queria cuidar dele e fazê-lo sorrir um sorriso alegre, como ela não sabia se já vira no rosto dele. Ele, ao contrário, não acreditava (desilusão?).

Algo sussurrava para ela que acreditar é condição essencial para uma alma, e ela sabia que ele tinha uma alma: então...? Desviou o olhar. Talvez ele tivesse uma alma grande demais pra ela.



L. Puglia escreveu isso ontem à noite e gostou, até. A Lua estava absolutamente linda ontem, e é impossível não querer escrever. O primeiro texto de 2011, finalmente.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Uma história de 2010

Não sabia quanto tempo estava naquela trincheira, haviam lhe dito que estava ali a um ano. Duvidava. Parecera, no mínimo, três ou quatro naquela situação infernal. Se fosse mesmo só um ano, há meses lhe diziam que estava no fim. Até que o tal fim chegou...

ACABOU!, ele ouviu o grito de algum lugar distante.

Então ele percebeu quão grave era aquela informação: acabara. Mas... Acabara? E quem vencera? Ele e seus muitos ferimentos ou o inimigo? Era a diferença entre dormir em paz ou só sofrer mais. Apertou os olhos e tentou rezar, mas já não sabia. Tentou pensar em coisas boas, mas não pareciam nada além de sonhos distantes. Tentou pensar nas pessoas que amava e que o amavam, mas já não tinha certeza que elas ainda o amavam.

Abriu os olhos pra encarar a realidade e, ao ver seus ferimentos, sentiu toda a dor que não sentira nos últimos tempos. Percebeu que não tinha forças para levantar e descobrir a verdade. E, para ser sincero consigo mesmo (e aquela não era hora de mentir), não tinha certeza se queria descobrir; de alguma forma, só queria saber do desfecho se ele fosse bom pra si.

O egoísmo fala mais alto, pensou e sorriu mentalmente. Egoísmo é sinal de degradação humana e, então, eu preciso dormir. E, assim, decidiu fechar os olhos, dormir, talvez sonhar, e acordar, mais feliz, mais humano. Quem sabe ajudasse. (Ou não. Mas tanto faz.)


Ontem, disse a uma amiga que queria escrever, ela me disse para fazê-lo. E, então, eu despejei uma série de reclamações, disse que 2010 tinha sido uma bosta e que não queria pensar nisso pra escrever. Então, hoje eu percebi que 2010 injetou veneno em mim e era hora de retirar. E essa é aquela parte tensa e nojenta dos filmes, onde sugamos o veneno e começa a cuspi-lo fora. Comecei agora. Espero que não demore tudo até expulsar tudo. Mas já deixo registrado um agradecimento à pessoa mais fofa do mundo, que me aguentou e me sustentou esse ano inteiro.

L. Puglia até que gostou do primeiro texto do ano, embora não considere que 2010 acabou até dia 19.