domingo, 31 de outubro de 2010

Uma noite de nuvens

Uma noite de nuvens
ou
A gente somos inútil
ou
I feel good
ou
Israel-coisa-gostosa-da-minha-vida
ou
Leandrinho e a questão
ou
YEAH! FUCK YEAH!
ou
ETAPA!
ou
CHUUUPA!
ou
Seja o que Deus quiser.

Um dia que tinha tudo pra ser comum. Manhã de sábado com a família, almoço na churrascaria e aula de noite. Depois de três meses, nem faz mais diferença. Mas a semana foi ruim e, depois de algumas aulas entendiantes, não houve bom humor que me prendesse à carteira pra saber sobre física da PUC. Descer correndo 500m, entrar no Encontro Musical pra gritar tudo que eu pudesse em todas as músicas parecia ideal. Extravasar. Acabar com toda a angústia aqui dentro. Tocar o foda-se. Não tem muito mais pra onde correr e... Quer saber? Pode vir, Novembro. Preparada eu posso até não estar, mas eu juro que vou encarar com todas as minhas forças.

E agora eu vou dormir, descansar pra amanhã. E sonhar com o Guga, porque ele nunca esteve tão lindo quanto quando cantava ("Tropa de elite, osso duro de roer. Pega um pega geral, também vai pegar você!" q)

L. Puglia não sabe se está realmente bem. Mas gritar rock, pulando igual uma doida e tomar sorvete quando chega em casa faz bem a qualquer um. Boa noite.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Não há mentiras nem verdades aqui (sentimentos, talvez)

A culpa é a dor de quem fica. Nunca nenhuma outra frase fez tanto sentido pra mim. Eu, eu que fiquei.

Quando as pessoas morrem (sem eufemismos, hoje) é mais fácil amá-las, santificá-las e trazer só as coisas boas. Depois de morrer, todos são perfeitos. É essa a verdade. E é verdade também que nosso amor tinha, teve, tem um quê deste princípio.

Quando você falava algo bonitinho, eu podia salvar e olhar quantas vezes quisesse ou podia reler conversas inteiras quando sentia saudades. Quando você falava algo que não me agradasse, eu apertava o esc e ignorava. Você fazia o mesmo, eu sei.

Assim, a nossa relação sempre trouxe uma perfeição duvidável, mas belíssima. Os poucos – dois, talvez – que nos viram sabem disso. Os outros todos nem desconfiam.

Não sabem tantas coisas que não convém eu dizer aqui, tantas coisas nossas. Mas... Pra que pensar nisso? Você já se foi e levou o que tínhamos: a esperança de uma história de amor. Esses quatro anos foram somente um prefácio (muito difícil) de um livro que não escreveremos. Não sabemos nem a história, porque não a vivemos e isso que me dói - nunca saber se teria dado certo, se o final seria feliz.

Ficaram-me, além da dor, as dúvidas atemporais. De lembranças, quase nada. Duas ou três promessas, meia dúzia de planos, algumas frases... Tão vago e tão profundo. Tenho também aquela carta, que eu decorara, palavra por palavra, e o caderno em branco que eu comprei há tempo, pretendendo escrever e mandar pra você.

"Talvez, a última missão dele era te ensinar a ser forte", foi o que uma de nossas amigas me disse. Eu quase ri. Você sabia que eu não era forte e que nunca seria. Tudo que eu sempre quis foi alguém pra me proteger, e era você. Lembra? O abraço que ia me esconder do mundo? É...

As coisas são tão estranhas... A distância nunca nos deixou ser um, mas hoje eu me sinto metade. A esse relacionamento imaginário, eu faço um brinde. À dor que é real, deixo minhas lágrimas e tento extrair forças. A você... A você, o primeiro pedaço do bolo...

Feliz aniversário!

E seu presente é a minha promessa de levantar a cabeça e continuar. Não prometo que não vou te esquecer, você sabe que não vou. E acho bom que me espere... Talvez exista um lugar pra nós.


L. não tem nenhum comentário. Mas aceitaria um belo porre.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Dias ruins

Dias ruins são, assim, como um parágrafo só. São sucessões de orações subordinadas atreladas e horríveis que às vezes veemassimaglomeradassemespaçoouvírgula e AH!, não dá pra respirar. O encadeamento é tão forte que chega a ser assustador e as coisas começam a dar errado antes que você tente. Você até para, em dois ou três pontos finais, pra respirar e tentar recomeçar, mas não dá, é impossível, tudo são vírgulas no seu contínuo azar, não vai parar. E para. Você acreditava que não ia parar, mas parou, mas, oh... Ah. Doce sonho. Não, tudo pode piorar.

L. Puglia acabou de escrever essa baboseira, mas precisava desabafar. DIA DE MERDA. Minha primeira crise oficial. É. Vou pra cama chorar.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Uma ode ao futuro que não existe

Sobrou-me uma carta e mil lembranças imaginárias
As tardes na praia que nunca aconteceram
Um abraço, daqueles bem comuns, que eu nunca ganhei
Declarações bobas ao pé do ouvido seguidas de risadas
Aquelas coisas bobas que eu sempre sonhei
Dentro de mim, sempre vai existir um pedaço seu
E essa coisa estranha que você me deixou...


L. Puglia tem dúvidas e dores. Sente algo estranho que não quer que morra.

domingo, 25 de julho de 2010

Uma tempestade

Deitou na cama que lhe parecia enorme. Não era raro que aquela cama mudasse de tamanho, às vezes pequena demais para tantos sonhos e planos ou para tristezas e frustrações e, em outras, enorme, quando ela se sentia pequena naquele mundo tão assustador ao seu redor.

Naquele momento, a cama lhe parecia grande. Grande para acolhê-la, ela e as milhões de coisas que trazia consigo. Fechou os olhos, sem muita força e a fora imediatamente transportada para outro lugar. A grama sob seu corpo era fria em contra ponto ao sol que lhe aquecia. O céu estava muito azul e o sorriso foi involuntário.

Uma leve brisa começou, era algo suave, suficiente para que ela tivesse consciência que estava viva, que as coisas ao seu redor aconteciam e que o mundo não parara. Seus pensamentos fluíam sem problemas e atingiam a tal brisa. O que era calmante tornou-se desesperador. Tudo aquilo girava indiscriminadamente e ela se sentiu atingida por um tufão.

O céu azul sumiu sob nuvens negras. E ela percebeu que todos aqueles barulhos eram ecos, estava presa naquele redemoinho e não ia demorar para que a chuva começasse. Olhou em volta, não havia ninguém por perto. E algo lhe mantinha no mesmo lugar, sem gritar, sem se mover, sem fazer nada – será que queria aquilo?

Ouviu um trovejar – como saber se viera de dentro ou de fora? –, sentiu um trovejar: vibrou em cada parte do seu corpo. Era aquela inquietude familiar, que ignorou durante tantos meses. Foi inevitável o arrependimento... Não, não, não chova...

O clarão do raio fez com que ela arregalasse os olhos e, de repente, a realidade estava ali, na sua frente, sorrindo cínica. Quando ela aparecera? Quando, quando? E a chuva começou. Não limpava a alma, não lavava nada. Encharcava e pesava dentro dela, os ombros caíram e não tinha para onde correr (não adiantaria, tampouco).

Os pingos caíam como pontos de interrogação, desacreditando suas certezas e aumentando suas dúvidas. Era horrível. Ela precisava levantar, mexer-se, sair correndo. Mas não era possível. Tudo lhe segurava no chão e aquilo não era positivo. A cada segundo, ficava mais impossível sair dali.

E ela demorou demais. Não havia mais confianças ou certezas. Eram só dúvidas. E uma vontade de correr por toda a eternidade, sumir, desaparecer. E eram lágrimas se misturando aos pontos de interrogação.

Abriu os olhos. O mesmo teto. Pela janela, nada de nuves ou sol, era um azul escuro imenso. Ela boiava na cama, se afogando em dúvidas. Parte do sonho ou a total realidade?


L. ficou feliz por ter escrito. Ficará mais feliz quando essa chuva passar. Uma semana... Só mais uma semana.

sábado, 27 de março de 2010

O (Meu) Trovador Solitário

Quando as estrelas começarem a cair, me diz, me diz, pra onde é que a gente vai fugir?


L. não tem mais nada pra falar. Gostaria de desejar Feliz aniversário ao poeta da vida dela. E, também, entender como alguém que ela nunca viu, que morreu quando ela ainda não tinha nenhuma noção, consegue mudar a vida dela todos os dias. Odiou o fato que a nota é maior que o post.

terça-feira, 2 de março de 2010

Colorida Esperança

Milhares de borboletas voando, colorindo o céu. Uma gargalhada de criança vazou líquida pelos olhos. Centelhas positivas subiram aos céus. Revoada de borboletas, lindas, leves e livres. Como a felicidade que encheu e marcou a todos. Lua cheia, algumas estrelas e o céu, no meio da cidade grande, no meio da semana. O Mundo suspirou de trêmula alegria. Fora supremo.

Milhares de borboletas trazendo coisas boas e diferentes para todos e cada um.

Milhares de borbolatas. Força, leveza: renovação.


L. acha que viu o espetáculo mais lindo da vida dela. E viveu um dos melhores dias da vida dela.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Questão de ponto de vista - Parte I

De uma vez por todas, a reta final. Sim, estava perto do fim. Mas, de repente, não havia fim. Não era uma trilha de recomeço, não.

Era um precipício.

Como não vira antes? Um grande nada em uma trilha tão longa.

A um passo do fim, vira o precipício; sem ver seu tamanho ou profundidade. Nuvens e mais nuvens -densas e pesadas, nada fofas ou brancas- ofuscavam-lhe a visão.

Como, então, saber o que fazer?

No geral, a resposta era óbvia: seguir em frente.

Os sonhos estavam ali, todos. Eram possíveis paradas daquela queda. Na verdade, eram paradas onde ameaçava-se traçar novas trilhas. Desta vez, por si mesmos. Não existiria mais ninguém para servir de guia ou dizer o que fazer.

As nuvens lhe pareceram menos densas. Talvez, se ajeitasse os pensamentos e tudo o mais, conseguiria eleminar as nuvens e enxergar. (Mas será que queria mesmo enxergar?)

Mas seria o tempo suficiente para enxergar e acreditar em algo? Será que não enxergaria só o chão e, talvez, alguma escada que pudesse lhe trazer de volta caso caísse?

Não, não queria ver.

Era hora de seguir em frente e terminar o caminho. Ampliaria os horizontes depois. Agora, era a hora de fechar os olhos e encarar o fim inesperado.

E a escolha era simples:
Dar um passo e deixar-se cair, ser empurrada ou simplesmente pular.


L. acha que vai pular.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Só pra lembrar...

A noite não estava poética: não havia estrelas ou lua, o céu não estava azul-marinho ou preto. Eram só... Nuvens de poluição com as luzes da cidade. O céu estava numa daquelas cores que só o céu pode ter, em algum tom de marrom.

Não era, nem de longe, apaixonante.

Mas não importava, não, nenhum pouco. Não importava porque, por pior que fosse o dia, por mais feia que fosse a noite e por maior que fosse a vontade de chorar, havia uma centelha de felicidade.

Uma centelha brilhante e eterna, sim. Nada poderia ser maior ou mais forte que aquela centelha. E era impossível não sorrir quando pensava sobre isso.

Fora num dia tão qualquer como este que se acendera (pois sempre existira). E, desde então, não havia dias horríveis que não eram, um pouquinho que fosse, atenuados. Não conseguia melhorar tudo, mas era a vontade de melhorar o mundo.



Este não é, nem de longe, um texto bonito ou digno. Mas é uma forma de agradecimento bem boba a minha Felicidade.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Vestida de rendas

Cadê, cadê? Onde está? Eu sei que existe, em algum lugar. Existe um controle. Play, pause, stop, mute. Teclas para que as coisas se adequem e sejam, finalmente, resolvidas.

Disseram que não se pode controlar tudo... Por quê?

Em algum lugar deve haver, sim, um grande e vermelho botão. Bem escondido e com cara de não-me-aperte. Mas a vontade é maior; as consequências serão desastrosas (não mais que as causas, e esse é o pensamento-consolo).

Não aperte, não aperte, não aperte, não aperte, não aperte, não aperte, não aper- Oh, dane-se. Aperte.

Quem se importa se for uma explosão? Pode ser somente uma pausa. Seja o que for, que venham as consequências, elas são necessárias.

Ninguém está realmente se importando com o que acontece ao seu redor. Não vivem mais suas vidas, esqueceram até mesmo delas. Oh, onde vamos parar?

Feche os olhos e aperte.

Nada pode ser pior.


Aperte, eu não posso desejar mais uma vez cair no álbum de retratos...

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Nada elevado a nada

Não é nada.
Quantas milhares de vezes eu já não disse isso? (Quantas milhares de vezes eu menti?)

Sempre temos as nossas fases, que parecem intermináveis.

E o problema das más fases é: qualquer nada vai além de só nada. Nadas e mais nadas vão se juntando, se juntando.

E, então, você ouve algo. O nada-mór. Aquele nada funciona como potências para todos os outros nadas (os outros nadas das três últimas semanas) e nada se torna algo.

Algo grande, enorme. Significativo. Dói, machuca. Você não pode fazer nada além de chorar, e soluçar, e desabafar o que mais te dá medo e machuca, e implorar por atenção, e -isso é inevitável- você quer dormir, sem precisar acordar pra realidade.

Extravasado o algo, sobra aquele nada enroscado no peito. Afinal, como você se livra de nada? Enfim, a certeza: a fase não passou.

Tanto faz.

Quem se importa? Dane-se. Não é nada.


Agora, por incrível que pareça, você quase entende a aula louca de matemática.