terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Questão de ponto de vista - Parte I

De uma vez por todas, a reta final. Sim, estava perto do fim. Mas, de repente, não havia fim. Não era uma trilha de recomeço, não.

Era um precipício.

Como não vira antes? Um grande nada em uma trilha tão longa.

A um passo do fim, vira o precipício; sem ver seu tamanho ou profundidade. Nuvens e mais nuvens -densas e pesadas, nada fofas ou brancas- ofuscavam-lhe a visão.

Como, então, saber o que fazer?

No geral, a resposta era óbvia: seguir em frente.

Os sonhos estavam ali, todos. Eram possíveis paradas daquela queda. Na verdade, eram paradas onde ameaçava-se traçar novas trilhas. Desta vez, por si mesmos. Não existiria mais ninguém para servir de guia ou dizer o que fazer.

As nuvens lhe pareceram menos densas. Talvez, se ajeitasse os pensamentos e tudo o mais, conseguiria eleminar as nuvens e enxergar. (Mas será que queria mesmo enxergar?)

Mas seria o tempo suficiente para enxergar e acreditar em algo? Será que não enxergaria só o chão e, talvez, alguma escada que pudesse lhe trazer de volta caso caísse?

Não, não queria ver.

Era hora de seguir em frente e terminar o caminho. Ampliaria os horizontes depois. Agora, era a hora de fechar os olhos e encarar o fim inesperado.

E a escolha era simples:
Dar um passo e deixar-se cair, ser empurrada ou simplesmente pular.


L. acha que vai pular.

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